Brasil bate recorde de transplantes pelo SUS, com crescimento de 18%

Em 2024, foram realizados mais de 30 mil procedimentos. Além disso, o país eliminou a transmissão vertical do HIV

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Por redacao
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O recorde histórico de transplantes realizados pelo Sistema Único de Saúde (SUS) em 2024 com mais de 30 mil procedimentos e aumento de 18% em relação a 2022 foi um dos excelentes resultados apresentados em balanço do Ministério da Saúde nesta quarta-feira (4) em Brasília.

O ministro Alexandre Padilha anunciou ainda várias ações para modernizar o Sistema Nacional de Transplantes (SNT), como a oferta inédita de transplante de intestino delgado e multivisceral pelo SUS, o programa Agora Tem Especialistas e o uso de membrana amniótica para tratar queimaduras.

No pacote de boas notícias tem também o novo Programa de Qualidade em Doação para Transplante (Prodot), que vai treinar profissionais para acolher melhor famílias de possíveis doadores e ajudar a reduzir as não autorizações de transplantes. Em 2024, 55% das 4,9 mil famílias entrevistadas autorizaram a doação de órgãos de seus entes e o número de doadores efetivos passou de 4 mil.

O Ministério da Saúde vai ofertar a Prova Cruzada Virtual para a rede pública de saúde de todo o país com a reorganização das regiões dentre as quais os órgãos são alocados, o que dará mais agilidade na distribuição dos órgãos. O regulamento técnico da SNT foi alterado, o que permitiu adequar a alocação de órgãos à atual oferta da malha aérea, que inclui o uso de aviões da FAB.

“Esse é o nosso SUS, o maior sistema público de transplantes do mundo”, afirmou o ministro da Saúde em postagem na rede X com o balanço das ações feitas e as que foram lançadas agora.

Outra grande novidade foi o anúncio de que o país eliminou a transmissão vertical do HIV. “Entreguei para a Organização Mundial de Saúde o relatório que comprova que o Brasil eliminou a transmissão do HIV de mãe para filho. Uma conquista histórica do SUS!”, comemorou o ministro em suas redes sociais.

Sobre o programa Agora Tem Especialistas, Padilha ressaltou que ele vai reforçar a garantia de tempo adequado para a realização dos transplantes mas, sobretudo, vai ampliar o acesso a especialistas e garantir um tempo mais adequado o atendimento médico especializado no país.

Campeão de transplantes

O Brasil é o país que mais realiza transplantes via sistema público de saúde no mundo graças à atuação conjunta do SUS que envolve profissionais de saúde, SAMU, hospitais, estados e municípios. Os órgãos mais transplantados são córnea 17 mil; rim 6,3 mil; medula óssea 3,7 mil; fígado 2,4 mil.

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A oferta inédita de transplante de intestino delgado e multivisceral é um marco histórico para o SUS e trará maior qualidade de vida para quem vive com falência intestinal irreversível, que ocorre quando o intestino não consegue mais digerir ou absorver os nutrientes essenciais para o corpo. Antes da recente publicação da portaria que incorpora o procedimento no SUS, esse tipo de transplante não era disponibilizado na rede pública.

“Em 2024, 55% das famílias autorizaram a doação. O SUS segue avançando com tecnologia, cuidado e eficiência. O recorde de transplantes é uma vitória de toda a saúde pública brasileira”, publicou o Ministério da Saúde em seu perfil na rede X.

🏥 O SUS segue avançando com tecnologia, cuidado e eficiência. O recorde de transplantes é uma vitória de toda a saúde pública brasileira.

Em suas redes o ministro Padilha resumiu os avanços e as novidades. “Esse é o nosso SUS, o maior sistema público de transplantes do mundo”, celebrou. Em vídeo, o ministro detalhou o esforço das equipes para o êxito dos transplantes.

“Mais de 400 corações voltaram a bater, mais de seis mil rins foram transplantados e para isso acontecer mobilizou cidades, transporte, logística, aviões, mais de 30 mil transplantes realizados no ano passado. Só atingimos esse recorde graças a quatro mil doadores e suas famílias”, relatou.

Sem HIV de mãe para filho

Padilha entregou à Organização Mundial de Saúde (Opas) o relatório que comprova que o Brasil eliminou a transmissão do HIV de mãe para filho.

“Hoje provamos que o Brasil é o maior país do mundo a ter eliminado a transmissão do HIV da gestante para o bebê. Eu, na condição de ministro da Saúde, vesti esse colete e entreguei para a Organização Mundial da Saúde, o dossiê que mostra que o Brasil atingiu a eliminação da transmissão do HIV-AIDS da gestante para o bebê”, afirmou o ministro em vídeo postado na rede X, assinalando que o Brasil é um dos 20 países do mundo a erradicar a transmissão do HIV de mãe para filho.

“Isso é uma conquista do SUS, do ativismo, da ciência e da política pública construída ao longo dessas décadas”, salientou, ao agradecer ao presidente Lula e a ex-ministra da Saúde Nísia Trindade.

No evento, Padilha atribuiu a conquista do recorde de transplantes ao esforço conjunto entre os secretários municipais e estaduais, comunidade de saúde, técnicos, enfermeiros, equipes do SAMU e os profissionais “que se dedicam a fortalecer o sistema de saúde em todo o país”, assinalou.

Da Redaçãocom Agência Brasil

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