Após 99Food, Rappi também anuncia isenção de taxas para restaurantes

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Entregadores do Rappi 15/08/2020 REUTERS/Luisa Gonzalez

O Rappi anunciou nesta segunda-feira, 5, uma isenção de tarifas para todos os restaurantes novos na plataforma ou já parceiros com cadastros ativos ao longo dos próximos três anos. A medida custará 40% de um investimento de R$ 1,4 bilhão a ser realizado pela empresa no Brasil até 2027.

Segundo a empresa, a estratégia de cortar taxas busca dobrar o número atual de restaurantes cadastrados ainda em 2025. Hoje, há 30 mil na plataforma.

Até então, os restaurantes que vendem pelo Rappi e fazem entregas por conta própria pagam uma taxa de intermediação de cerca de 15% sobre o pedido. Para aqueles que vendem e entregam pela plataforma, a taxa corresponde a cerca de 23% sobre o pedido.

A estimativa é de que a isenção de taxas esteja totalmente implementada até o dia 31 de julho.

Para pagar as taxas, os restaurantes tendem a ofertar cardápios mais caros no Rappi. Como contrapartida pela gratuidade, a empresa exige assim que os parceiros passem a comercializar seus produtos com seus preços mais baratos.

Na semana passada, a 99Food também anunciou que não irá cobrar taxa nem comissão dos restaurantes de todo o Brasil que queiram integrar a nova plataforma de entrega.

Clientes novos buscam app para ver restaurantes
Ainda de acordo com dados da plataforma, a vertical de restaurantes da empresa represente atualmente 20% do volume total do negócio. No entanto, é a principal porta de entrada para novos usuários da plataforma, com 80% dos cadastros realizados de forma orgânica com foco nessa categoria.

O Rappi conecta clientes e entregadores a estabelecimentos de diversos segmentos, como farmácia, petshops, roupas, decoração, tecnologia, livros, papelaria e até sex shop. A empresa oferece ainda serviço de “caixa eletrônico”, com entrega de dinheiro em espécie, e até pacotes de viagem com voo e hotéis.

“A expectativa é de que a nova política de preços estimule mais pedidos no app, impulsionando o volume de vendas dos parceiros sem comprometer suas margens de lucro”, diz uma nota elaborada pela empresa.

A ação conta ainda com o apoio da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel), entidade que representa o setor. Segundo dados da organização, cerca de 78% dos restaurantes do país já adotam serviços de delivery.

O investimento do Rappi
O segundo foco de investimento da empresa no país após a isenção de tarifas é o Rappi Turbo, serviço de entregas ultrarrápidas, que receberá 28% do investimento de R$ 1,4 bilhão.

Os valores correspondentes aos 32% restantes serão distribuídos para “processos operacionais, com foco em eficiência logística e experiência do usuário”, segundo informa a empresa.

Competição com outros apps
Atualmente, o iFood detém a liderança do serviço de cerca de entregas de comidas no Brasil, com 80% deste mercado.

Recentemente, no entanto, novos players anunciaram sua chegada ao mercado brasileiro. A 99 comunicou em 16 de abril de 2025 a volta de seu aplicativo de entrega de refeições, o 99Food, que operou no Brasil de 2019 até abril de 2023. O serviço também anunciou isenção de taxa para restaurantes.

“Essa proposta não é uma promoção. É um novo padrão”, disse Bruno Rossini, diretor sênior da 99. “Estamos devolvendo o controle do mercado para quem cozinha e quem entrega. Em um pedido médio, os restaurantes podem ganhar cerca de 20% a mais do que hoje.”

Controlador da 99, o Grupo Didi anunciou investimento de R$ 1 bilhão no Brasil em 2025. A proposta da holding chinesa é transformar a 99 no primeiro super-app do Brasil, integrando diversos serviços como mobilidade, pagamentos e delivery de comida.

Rumores apontam que outra chinesa também está para chegar no mercado nacional: a Meituan, que também conta com um super-app capaz de integrar serviços de entrega e outros segmentos.

Para além da competição de outras empresas, o setor de delivery tem enfrentado também obstáculos impostos pelos próprios entregadores em busca de melhores condições de trabalho. Em 31 de março, a categoria promoveu uma greve nacional. Após a manifestação, o iFood anunciou um ajuste no valor pago aos entregadores, que no entanto ficou abaixo do aumento requisitado pelos manifestantes.

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