PM é preso após sequestrar, matar e carbonizar homem que o denunciou na Justiça do Trabalho

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Por redacao
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O sargento da Polícia Militar do Ceará, médico-cirurgião e dono de garimpos em Salgueiro (PE) foi preso acusado de cometer um homicídio qualificado com ocultação de cadáver. A vítima, Reginaldo Gomes da Costa, trabalhava como motorista de caminhão em um dos garimpos do acusado e havia acionado o patrão na Justiça do Trabalho para cobrar direitos não pagos.

De acordo com a investigação da Polícia Civil, Reginaldo desapareceu no dia 24 de julho de 2024, logo após uma audiência trabalhista em Salgueiro. Após a sessão, o patrão, armado, o obrigou a entrar em seu veículo e, minutos depois, desapareceu com ele.

Preocupada com o sumiço, a esposa da vítima procurou a Justiça do Trabalho, que acionou a Polícia Federal e, posteriormente, encaminhou o caso para a Polícia Civil. Sem testemunhas diretas, os investigadores realizaram um trabalho minucioso até localizar, em 2 de agosto, um corpo parcialmente carbonizado no município de Jardim, no Ceará. A identidade foi confirmada por exame de DNA, utilizando material genético da filha da vítima.

As provas reunidas apontam que o sargento agiu sozinho. Imagens de câmeras de segurança e depoimentos de testemunhas confirmam que o acusado abordou Reginaldo armado e sem auxílio de terceiros. Apesar do estado avançado de carbonização do corpo, o conjunto de evidências levou a polícia a confirmar o homicídio.

A operação para prender o sargento ocorreu no dia 23 de abril de 2025. Ele foi localizado pela equipe do Grupo de Operações Especiais (GOE) na BR-499, nas proximidades de Salgueiro, enquanto estava de plantão na cidade de Terra Nova (PE). Durante a abordagem, portava uma espingarda calibre 12 sem registro, sendo preso em flagrante por porte ilegal de arma de fogo, além de ser cumprido o mandado de prisão temporária.

O acusado afirmou que estaria desarmado por determinação da Polícia Militar do Ceará, alegando ter entregado suas armas em razão de um inquérito administrativo. Ele foi encaminhado ao Presídio Militar de Fortaleza, onde permanece preso. Além do crime atual, o sargento já respondia a outros processos, incluindo uma investigação na Lei Maria da Penha.

Diario do Pernambuco

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