Um dos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU estabelecia que, até 2020, o Brasil deveria garantir o manejo ambientalmente adequado de produtos químicos e resíduos, eliminando sua liberação no ar, na água e no solo. No entanto, em 2023, 41% dos resíduos gerados no país ainda foram descartados de forma inadequada, acumulando-se em lixões e córregos urbanos, de acordo com a Associação Brasileira de Resíduos e Meio Ambiente (Abrema).
Essa realidade evidencia não apenas desafios estruturais, mas também a falta de informação sobre o descarte correto de resíduos. Para entender melhor essa lacuna, a Bulbe Energia, plataforma de energia solar por assinatura, realizou um levantamento das principais dúvidas pesquisadas no Google sobre o tema. Os dados revelam que, nos últimos dois anos, as buscas pelo termo “como descartar” cresceram 84%, gerando mais de 300 mil pesquisas relacionadas a diferentes tipos de resíduos – sendo o lixo eletrônico o mais pesquisado.
Ranking de dúvidas sobre descarte correto
O Brasil é o maior produtor de e-lixo da América Latina e, apesar da existência da “Lei dos Resíduos Sólidos” (Lei nº 12.305/2010), que estabelece a responsabilidade compartilhada pelo descarte de aparelhos eletrônicos entre produtores, consumidores e municípios, a busca por informações sobre como descartar esses materiais segue em alta.
Com 35% das pesquisas online, a categoria de eletrônicos e eletrodomésticos lidera as dúvidas da população na internet, totalizando cerca de 120.274 buscas entre 2023 e 2025. Entre os itens mais procurados para descarte adequado estão pilhas, CDs, geladeiras, microondas, celulares e acessórios, máquina de lavar roupa e fita VHS. Lojas de eletrônicos, ecopontos e cooperativas de reciclagem são os destinos mais recomendados para esses objetos.

Confira abaixo os locais de descarte de cada resíduo:
Pilhas: não devem ser descartadas no lixo comum, pois contêm metais pesados que podem contaminar o solo e a água. O ideal é levá-las a Pontos de Entrega Voluntária (PEVs) em supermercados, farmácias, lojas de eletrônicos ou ecopontos municipais. Muitas redes varejistas e fabricantes oferecem programas de coleta para garantir a destinação correta e segura.
CDs: compostos por policarbonato e alumínio, materiais recicláveis que levam séculos para se decompor no meio ambiente. O ideal é entregá-los em centros de reciclagem de eletrônicos, participar de programas de logística reversa ou reutilizá-los em projetos de artesanato e doação para instituições.
Geladeira: por conter gás refrigerante e metais pesados, a geladeira não pode ser descartada no lixo comum. O ideal é procurar centros de reciclagem especializados, pontos de coleta para eletrodomésticos ou programas de logística reversa oferecidos pelos fabricantes.
Micro-ondas: assim como outros eletrodomésticos, não devem ir para o lixo comum. Podem ser levados a ecopontos que aceitam eletroeletrônicos, entregues em mutirões de coleta da prefeitura ou destinados a empresas que trabalham com desmontagem e reaproveitamento de peças.
Celulares e acessórios (carregadores, fones, cabos): fabricantes e operadoras costumam ter programas de logística reversa, e muitas lojas físicas possuem caixas coletoras para esses resíduos. Também é possível descartar em ecopontos ou em campanhas específicas de coleta de eletrônicos.
Máquinas de lavar roupa: podem ser descartadas em locais que aceitam grandes eletrodomésticos, como ecopontos municipais, sucateiras ou por meio de serviços de retirada ao comprar um equipamento novo. Componentes como o motor e a carcaça plástica podem ser reciclados.
Fitas VHS: compostas por plástico e fitas magnéticas com difícil reaproveitamento, podem ser levadas a ecopontos que aceitam resíduos eletrônicos ou cooperativas que recebam plásticos duros. Outra opção é buscar projetos de arte, ONGs ou oficinas de reciclagem criativa.
METODOLOGIA
Para descobrir as dúvidas sobre o descarte de resíduos mais pesquisadas no Brasil, foram levantadas buscas para o termo “como descartar”, “descarte de” e suas variações entre março de 2023 e março de 2025. A partir dessas expressões, foi possível compreender o volume de buscas e criar o ranking de itens descartáveis mais procurados para o descarte correto.