Ministra Cármen Lúcia nega pedido de revogação da prisão preventiva de Padre Egídio

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Na tarde desta sexta-feira (14), a ministra Cármen Lúcia, do Supremo Tribunal Federal (STF), negou o pedido da defesa para revogar a prisão preventiva do Padre Egídio de Carvalho Neto. O religioso, que cumpre prisão domiciliar desde abril de 2024, teve seu recurso rejeitado pela magistrada, que considerou a manutenção da medida cautelar necessária devido à gravidade dos crimes investigados e à suposta liderança de uma organização criminosa.

A defesa do padre havia solicitado a “nulidade do decreto prisional”, argumentando que a custódia provisória não seria mais justificável, uma vez que o religioso não exerce mais funções eclesiásticas. No entanto, a ministra Cármen Lúcia discordou da tese, afirmando que a prisão preventiva se justifica pela “periculosidade do recorrente, consideradas a gravidade concreta da conduta imputada e a necessidade de desarticular a organização criminosa, que seria por ele comandada”.

Ao analisar um parecer do Ministério Público Federal (MPF), que pediu a manutenção do regime de prisão, a ministra destacou a gravidade dos crimes atribuídos ao padre. “Pelo demonstrado nestes autos, a prisão preventiva justifica-se em razão da periculosidade do recorrente, consideradas a gravidade concreta da conduta imputada e a necessidade de desarticular a organização criminosa, que seria por ele comandada, evitando-se, assim, a possibilidade de reiteração delitiva”, afirmou Cármen Lúcia.

O caso teve início em setembro de 2023, quando o Padre Egídio, então diretor do Hospital Padre Zé, denunciou o furto de celulares doados pela Receita Federal, apontando Samuel Rodrigues, operador de tecnologia da informação, como suspeito. Após a denúncia, o padre renunciou à direção do hospital. A Polícia Civil investigou Samuel, que foi preso e posteriormente liberado no mesmo mês.

A operação “Indignus” foi deflagrada após a descoberta de irregularidades no hospital, incluindo o furto de mais de 100 celulares, que seriam vendidos em um bazar solidário para arrecadar fundos para a compra de uma ambulância com UTI e um carro para distribuição de alimentos. A investigação revelou que o padre estava envolvido em desvios de recursos públicos, com prejuízos estimados em R$ 13 milhões, impactando diretamente os repasses do Sistema Único de Saúde (SUS).

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