O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) vai ao Senado nesta terça-feira para participar de um almoço com parlamentares da oposição. O encontro acontece em meio à tentativa do ex-presidente de viabilizar uma anistia aos condenados pelos atos golpistas do 8 de janeiro e também para tentar recuperar sua elegibilidade.
Nesta semana também há expectativa de que a Procuradoria-Geral da República (PGR) apresente as conclusões sobre a trama golpista, o que pode resultar em uma denúncia pela tentativa de ficar no poder e impedir a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Parlamentares que vão participar do encontro esperam que Bolsonaro fale sobre as manifestações contra o governo Lula. O ex-presidente busca manter sua base coesa e chamar seus apoiadores às ruas em meio ao cerco judicial que se fecha sobre ele e aliados.
Senadores do PL e do Novo organizam o almoço, que acontece tradicionalmente às terças-feiras e, nesta primeira edição do ano, terá a participação do ex-presidente. A reunião não tem pauta definida, mas há expectativa de que Bolsonaro fale sobre as prioridades da oposição no Senado, o que incluiria aprovar uma anistia aos envolvidos no 8 de janeiro.
— Esse é um encontro que ocorre toda terça-feira com os senadores de oposição. O (ex-)presidente Bolsonaro foi convidado para conversar conosco a respeito do início do ano legislativo e das diversas pautas importantes que interessam ao povo brasileiro, incluindo anistia, conjuntura e outros temas. Não há pauta fechada — disse o líder da oposição no Senado, Rogério Marinho (PL-RN).
Um projeto de anistia tramita na Câmara, onde encontra dificuldades para avançar, mas Bolsonaro também tenta alinhavar um acordo para que a medida não trave no Senado. Na semana passada, o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), recebeu familiares de um dos condenados pelo ato golpista, mas o mesmo não aconteceu com presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP).
Apesar disso, há uma aposta do bolsonarismo de que Alcolumbre fará acenos à oposição. O entendimento do grupo é que ele já começou o mandato de presidente do Senado pensando na reeleição em 2027, período em que a direita pode ganhar protagonismo na Casa Legislativa.
O presidente do Senado já acenou à oposição ao construir acordos que resultaram na escolha de Flávio Bolsonaro (PL-RJ) para o comando da Comissão de Segurança Pública e de Damares Alves (Republicanos-DF) na presidência da Comissão de Direitos Humanos. Além disso, o vice-presidente do Senado é Eduardo Gomes (PL-TO), do partido do ex-presidente.
O Globo