Na manhã desta segunda-feira (17), um protesto realizado por moradores do condomínio Vista Alegre, no bairro Colinas do Sul, em João Pessoa, resultou em um confronto com a Polícia Militar (PM), deixando dois policiais feridos. O ato foi motivado pela morte de cinco jovens durante uma ação policial no último sábado (15), que gerou revolta na comunidade.
De acordo com informações do coronel Ferreira, comandante do 5° Batalhão da PM, um dos policiais foi atingido na cabeça por uma garrafa de vidro arremessada de um dos apartamentos, enquanto o outro sofreu um corte na boca devido aos estilhaços do objeto. O agente ferido na boca foi atendido no Hospital de Trauma Senador Humberto Lucena, onde recebeu pontos no local do corte. Já o sargento, também atendido na unidade, passará por uma tomografia e será avaliado por um neurocirurgião.
O protesto foi uma resposta à morte de cinco jovens na noite de sábado (15), durante uma ação da Força Tática do 5º Batalhão da PM no bairro de Valentina, em João Pessoa. Segundo a polícia, os jovens estavam armados e trocaram tiros com os agentes. As vítimas, todas do sexo masculino, foram identificadas como dois adolescentes de 17 anos, um jovem de 25 anos, outro de 26 anos e uma quinta vítima, ainda não identificada, com aproximadamente 26 anos.
A PM afirmou que o grupo estava a caminho de Conde, no Litoral Sul da Paraíba, para matar um homem suspeito de assassinar a amiga da ex-esposa de um dos integrantes. O suspeito foi preso na manhã desta segunda-feira (17).
Durante o protesto, os moradores atearam fogo em objetos, bloquearam vias e atacaram a base da PM na região. Em vídeos divulgados pela comunidade, os manifestantes acusaram os policiais de “opressão” e expressaram insatisfação com a forma como a situação foi conduzida. “Queremos justiça, mas estão respondendo com bala na população”, disse uma das manifestantes.
Além disso, há relatos de que os moradores estariam revoltados por não poderem realizar o velório dos jovens mortos em uma escola da região. A tensão no local permanece alta, e a população cobra respostas das autoridades.
Até o momento, nem a Polícia Militar nem a Secretaria de Segurança Pública emitiram uma nota oficial sobre o ocorrido. O clima na região segue tenso, com a comunidade exigindo esclarecimentos sobre as mortes dos jovens e a atuação da PM durante o protesto.