Os motoristas de ônibus de João Pessoa decidiram, nesta quinta-feira (30), aceitar a proposta do Sindicato das Empresas de Transporte Coletivo Urbano de Passageiros (Sintur-JP) e encerrar a greve que chegou ao seu quarto dia. A decisão foi tomada em assembleia realizada no sindicato da categoria.
A proposta aceita inclui um reajuste linear de 5% nos salários, um vale-alimentação de R$ 500 retroativo ao mês de janeiro, com aumento gradativo para R$ 550 a partir de 1º de julho de 2025. Além disso, foi mantida a gratificação, o plano de saúde e demais cláusulas da convenção coletiva.
A paralisação teve início na segunda-feira (27), com a categoria reivindicando um reajuste salarial de 15%, um aumento de 81% no vale-alimentação, elevação de 150% na gratificação, inclusão de um plano odontológico e melhorias no plano de saúde. A principal motivação para a greve foi a falta de reajuste adequado frente ao aumento da tarifa de ônibus, que passou de R$ 4,90 para R$ 5,20 no dia 13 de janeiro.
Na terça-feira (21), uma reunião entre os motoristas e o Sintur-JP não resultou em acordo. Posteriormente, na audiência de conciliação realizada na segunda-feira (27), o Sintur-JP propôs um reajuste de 5% sobre salário, vale-alimentação e comissão, além da manutenção do plano de saúde.
O Sindicato dos Motoristas e Trabalhadores em Transporte Rodoviário de Passageiros e Cargas da Paraíba (Simtro/PB) apresentou contraproposta solicitando um aumento linear de 6%, um “batedor” de R$ 150, um vale-alimentação de R$ 600 e a manutenção das demais cláusulas do acordo anterior. No entanto, a proposta foi recusada pelo sindicato patronal.
Na quarta-feira (29), ocorreu uma audiência de instrução conduzida pelo Tribunal Regional do Trabalho (TRT-PB) e pelo Ministério Público do Trabalho (MPT). Durante a sessão, houve uma pausa para análise da proposta apresentada pelo tribunal, que inicialmente foi rejeitada pela categoria.
No entanto, na manhã desta quinta-feira (30), os motoristas aceitaram a proposta definida na última rodada de negociação, encerrando a greve. Agora, os jurídicos dos sindicatos devem formalizar a assinatura do acordo.
A frota de ônibus, que operava com apenas 60% da capacidade, deve ser totalmente restabelecida nas próximas horas.
Em entrevista o advogado do sindicato dos motoristas, Jhonatan Pontes, afirmou que, embora a solução não tenha sido a ideal para a categoria, foi possível viabilizar o encerramento da greve. Segundo ele, a categoria enfrenta defasagem salarial e perdas acumuladas ao longo dos anos, mas o reajuste linear de 5% foi um avanço dentro das possibilidades do momento.