PT venceu só em 217 das 3.123 cidades nas quais Lula ganhou em 2022

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Por redacao
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O grupo de 3.123 cidades que deu vitória a Lula no 2º turno de 2022 elegeu no domingo (6.out) só 217 prefeitos do PT nas eleições municipais de 2024.

Ou seja, o partido do presidente conseguiu conquistar a prefeitura de só 7% dos municípios que votaram majoritariamente no petista nas últimas eleições gerais. Fica em 7º lugar no ranking de prefeitos das cidades “lulistas”.

Apesar disso, o resultado do 1º turno (248 prefeitos em todo o Brasil) já representa um avanço em relação a 2020, quando havia conquistado só 182 cidades, o pior número em duas décadas.

Os partidos que têm ministérios no governo se saíram melhor. PSD, MDB, PP, União Brasil e Republicanos lideram o número de prefeituras conquistadas nessas cidades.

Infográfico sobre quantos prefeitos partidos elegeram em cidades lulistas e bolsonaristas

Cidades mais “bolsonaristas”

O crescimento do PL nestas eleições se deu majoritariamente nas 2.445 cidades em que o ex-presidente Jair Bolsonaro venceu no 2º turno há 2 anos. A sigla conquistou 377 desses municípios. É mais do que havia conquistado no Brasil todo em 2020.

Infográfico sobre quantos prefeitos partidos elegeram em cidades lulistas e bolsonaristas

Comparação de desempenhos

Os partidos de centro foram os mais vitoriosos nestas eleições. A maioria teve desempenho levemente superior nas cidades mais alinhadas a Bolsonaro, mas também foram bem nas alinhadas com Lula.

Infográfico sobre quantos prefeitos partidos elegeram em cidades lulistas e bolsonaristas

Eis 3 destaques sobre a eficiência dos partidos em municípios que se alinharam mais a Lula ou Bolsonaro em 2022:

  • PP – tem 15,6% dos municípios “bolsonaristas” contra 12% dos “lulistas”. Em número absoluto, porém, detém praticamente a mesma quantidade de prefeituras de cada lado (375 X 373, respectivamente);
  • Republicanos – o partido conservador vai melhor nas cidades que deram vitória a Lula. São 267 prefeituras conquistadas nesse grupo ante 169 dentre as cidades que votam mais no Bolsonaro;
  • PT e PL – das 248 prefeituras petistas, 217 (ou 88%) vieram das cidades mais “lulistas”. Do lado oposto, 377 das 512 conquistas do PL (74%) vieram dos municípios mais alinhados a Bolsonaro.

IDEOLOGIA & CIDADES

A ciência política mostra que a tendência em eleições municipais é o cidadão escolher o prefeito com base em propostas e realizações concretas. Rua asfaltada, creche com vaga, transporte público e outras políticas municipais afetam de forma direta o cotidiano e o voto da população.

Em 2024, Lula e Bolsonaro tentaram levar a polarização que existe na esfera federal à escolha dos prefeitos. O resultado do 1º turno mostra que a estratégia não funcionou completamente: os partidos mais eficientes foram os que se equilibram entre os 2 polos.

As emendas ajudaram bastante nessa avaliação positiva das realizações dos atuais prefeitos, contribuindo para que a taxa de reeleição chegasse ao recorde de 82%. Prefeitos que receberam mais emendas são os que conseguiram fazer coisas, realizar projetos. Têm algo a mais para mostrar”, diz o pesquisador George Avelino, da FGV.

Não é possível, porém, desconsiderar a alta de 36% do número de prefeitos do PT e de 49% do PL. 

Os dados acima mostram o seguinte cenário municipal emergindo do 1º turno:

  • partidos mais ligados à polarização – algumas siglas só tiveram bom desempenho em cidades mais alinhadas ao atual ou ao ex-presidente. Do lado de Lula, além de PT, esse é o caso de PSB (83% dos prefeitos em cidades mais “lulistas”) e Avante (também 83%), além de nanicos como o PV, PC do B e Rede (100% em todos os casos). Do lado de Bolsonaro, o PL foi o único partido relevante que extraiu número significativamente maior de prefeituras nas cidades alinhadas. O Novo também tem percentual alto (78%) de prefeitos conquistados nesses territórios, mas seu desempenho é pífio no plano municipal. Não se pode desconsiderar que nem sempre há uma relação de causa e efeito entre o “lulismo” ou “bolsonarismo” e o partido. O PSB, por exemplo, é mais organizado e consegue mais votos em cidades do Nordeste, onde Lula também lidera;
  • partidos menos polarizados – os grandes vencedores destas eleições –PSD, MDB, PP e União Brasil– não concentram suas fichas em nenhum dos lados. Republicanos e PDT tiveram mais prefeitos eleitos nas cidades “lulistas”, mas conseguiram desempenho não muito distante nas “bolsonaristas”. O PSDB, que continua caminhando para a extinção, também não tem diferença significativa de desempenho entre os dois grupos de cidades.

Poder 360

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