O policial penal suspeito de matar o professor de dança durante uma briga de trânsito Marlon de Melo de Freitas da Luz, de 31 anos, foi preso na tarde desta sexta-feira (17) pela Polícia Civil de Pernambuco. De acordo com informações extraoficiais, o homem se chama Claudomerisson José do Nascimento, de 54 anos e atua no estado da Paraíba.
A prisão ocorreu pela 9ª Delegacia de Homicídios de Olinda, no Grande Recife, depois da Vara do Tribunal do Júri da cidade expedir um mandado de prisão contra o suspeito. O policial penal foi levado para o Centro de Observação e Triagem Professor Everardo Luna (Cotel), em Abreu e Lima, e será submetido à audiência de custódia.
A esposa do professor de dança, Milena Torres, de 29 anos, disse que soube da prisão do policial através do advogado da família, Madson Aquino.
“O sentimento é de alívio por saber que ele não vai cometer mais o mesmo crime com outras pessoas. Mas sinto angústia muito grande por saber que tudo que ele [o suspeito] está falando é mentira. É muito duro porque isso [a briga de trânsito] aconteceu há duas semanas e ele estava solto até hoje, ele estava na casa dele, vivendo normalmente como se fosse um cidadão de bem e o meu marido não. Eu estou sem o meu marido há duas semanas, eu estou vivendo os piores dias da minha vida. Então o mínimo que pode acontecer é que ele pague pelo que ele fez”, relatou.
O advogado da família, Madson Aquino, classificou o crime como “grave”, pois “envolve uma pessoa que, em tese, deveria defender a sociedade, mas toma uma atitude como essa”.
“Então, o que a gente já esperava essa decisão [da Justiça]. No entanto, a gente vai se habilitar e dar início a todos os procedimentos, tomar conhecimento do processo de forma ampla e de tudo que foi produzido. Nós já temos conhecimento de algumas provas e a partir desse conhecimento, a gente verifica que essas versões que são trazidas, ora pelo próprio acusado, ora por um defensor, são totalmente fantasiosas”, completou a defesa.
O advogado também destacou a eficiência do trabalho da Polícia Civil. “O trabalho da Polícia Civil nesse primeiro momento foi célere e assertivo, ou seja, a investigação foi finalizada com provas e elementos que deram ao poder judiciário a possibilidade de decretar a prisão, isso é muito relevante”, finalizou
Relembre o caso
Segundo a família de Marlon Melo, o professor de dança foi baleado no dia 4 de maio na Avenida Antônio da Costa Azevedo, no bairro de Peixinhos, em Olinda, após discutir com um policial penal da Paraíba.
Marlon havia acabado de dar aulas de dança em uma academia de ginástica no bairro de Jardim Brasil II, na mesma cidade.
Segundo a esposa de Marlon, o autor dos disparos se apresentou no Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP), no bairro do Cordeiro, na Zona Oeste do Recife, para prestar queixa contra a própria vítima.
O professor morreu no dia 8 de maio no Hospital da Restauração, no bairro do Derby, no Recife, após passar quatro dias internado. Ex-alunos do professor se reúnem neste domingo (18) às 18h para fazer um aulão na Praia do Quartel, em Olinda.
Diário do Pernambuco