O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) demitiu na noite desta 3ª feira (14.mai.2024) Jean Paul Prates do cargo de presidente da Petrobras. A substituta de Prates e nova presidente será a engenheira Magda Chambriard.
A situação de Prates no comando da estatal era vista como insustentável. Desde 2023, ele vinha passando por “fritura” de setores do governo que o queriam fora do cargo.
Os ministros Alexandre Silveira (Minas e Energia) e Rui Costa (Casa Civil) vinham fazendo duras críticas à sua gestão. Lula não interveio publicamente. O silêncio do petista, em certa medida, já era lido como um apoio tácito aos ministros.
Prates e Silveira protagonizaram uma série de embates desde o ano passado. No começo, as disputas se concentravam em aspectos técnicos como a reinjeção de gás natural nos poços de petróleo da estatal, mas o tratamento entre as partes ficou mais ríspido com o passar do tempo.
O episódio mais crítico se deu em março de 2024, quando os representantes do governo no Conselho de Administração da Petrobras vetaram a distribuição de dividendos extraordinários por orientação de Silveira e Rui Costa.
Na ocasião, Prates se absteve da votação e tentou costurar uma distribuição dos dividendos. Saiu derrotado e desautorizado por Lula. A atitude foi vista como uma falta de comprometimento do Executivo com o direcionamento que o governo quer dar à Petrobras.
Em nota, a Petrobras afirmou que recebeu a solicitação para que o Conselho de Administração se reúna para apreciar o encerramento antecipado do mandato de Prates. A estatal afirma que a saída se deu de “forma negociada”. Eis a íntegra (PDF – 304 kB).
QUEM É MAGDA CHAMBRIARD
A nova presidente, de 66 anos, foi diretora-geral da ANP de 2012 a 2016. Antes, trabalhou por 22 anos na Petrobras como funcionária de carreira. É engenheira e consultora nos setores de petróleo e energia.
Segundo o seu perfil no LinkedIn, Chambriard é formada em engenharia química pela UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro). Desde abril de 2021, ela atua como diretora da assessoria fiscal da Alerj (Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro).
Poder360