Uma sessão que deveria tratar de temas legislativos terminou em pancadaria na Câmara Municipal de Paraibuna, interior de São Paulo. O embate entre os vereadores Klinger Vitório (Republicanos) e Marcelo André (PT) acabou em agressões físicas, com direito a atendimento médico e registro policial. O tumulto ocorreu durante a 9ª sessão ordinária, realizada na noite de segunda-feira (9), e ganhou repercussão nas redes sociais.
“Ele começou a depreciar e agredir verbalmente minha família. Pedi que se limitasse aos temas políticos. Ele me chamou de otário e disse que não tinha medo de mim”, relatou Klinger em um vídeo divulgado após o ocorrido, já com um hematoma visível no rosto.
TENSÃO TRANSCENDE A TRIBUNA
A confusão teve início ainda durante a transmissão ao vivo da sessão, quando Marcelo André usava a tribuna para denunciar possíveis irregularidades na contratação de uma empresa para organizar um evento popular. Em meio às acusações, o petista também mencionou a atual gestão municipal e alegou que “a esposa do vice-prefeito teria coagido uma moradora a deixar a cidade”, além de denunciar o “abandono de crianças com deficiência”.
As declarações acirraram os ânimos. Incomodado com o tom do discurso, Klinger reagiu de forma enérgica e foi tirar satisfações. Mesmo com a suspensão da sessão pelo presidente da Câmara, Cícero Fabiano (PSDB), os ânimos continuaram exaltados fora do plenário.
“NOS ATRACAMOS”
Segundo o próprio Klinger, a briga foi inevitável após novas ofensas nos corredores da Câmara.
“Nos atracamos. Tenho sete lesões na coluna e 66 anos de idade, mas não me assusto para defender minha família e o povo de Paraibuna”, declarou, garantindo que precisou ser atendido em um hospital e que a Polícia Militar registrou a ocorrência. Ele ainda deve prestar depoimento formal na delegacia nesta terça-feira (10).
ACUSAÇÕES GRAVES
Ainda em seu vídeo, Klinger ampliou as denúncias contra o colega de parlamento.
“Ele já foi processado por estourar o tímpano de um senhor de 70 anos. Existe um processo tramitando na vara criminal da comarca de Paraibuna”, acusou, sem fornecer mais detalhes ou provas sobre o caso.
NOTA DE REPÚDIO E APURAÇÃO
A Câmara Municipal se manifestou por meio de nota oficial lamentando o episódio. No comunicado, a Casa informou que um boletim de ocorrência foi registrado e que a conduta dos parlamentares será analisada à luz do Regimento Interno e do Código de Ética.
“Atitudes incompatíveis com a conduta parlamentar serão tratadas com a seriedade que o caso exige”, afirma o texto.
COMISSÃO DE ÉTICA EM AÇÃO
O caso será encaminhado à Comissão de Ética do Legislativo municipal, que deve apurar as responsabilidades e aplicar eventuais sanções.