O músico Renato Xisto é pai da Vitória Alves Silva, de 22 anos, morta pelo ex-namorado Wallef César Oliveira Gonçalves, de 27, nesta quarta-feira (7), data em que a Lei Maria da Penha completa 18 anos. O crime aconteceu na Região da Pampulha, em Belo Horizonte.
Ele está consternado e inconsolável com a morte da filha e, nesta quinta-feira (8), conversou com uma equipe de reportagem da TV Globo, em frente ao Instituto Médico-Legal (IML) Dr. André Roquete, no bairro Nova Gameleira, na Região Oeste de BH.
“De uma forma muito covarde [ela foi assassinada]. Eu não consegui proteger a minha filha diante dessa brutalidade toda que o mundo tem sofrido, essa impunidade, essa sensação de incapacidade de não poder fazer nada diante de uma situação que eu não pude proteger ela”, desabafou Xisto.
Chorando, ele pediu por justiça.
“Eu queria pedir que não ficasse impune essa situação. Como pai eu faço esse pedido, como pai. A dor que eu estou sentido, eu nunca senti essa dor (…). Cortaram a garganta da minha filha. Ele premeditou tudo. Ele parou a moto e pegou ela no ponto de ônibus, quando ela voltava do trabalho”.
O assassinato
Vitória foi morta a facadas pelo ex-namorado na Avenida Antônio Carlos, na Região da Pampulha, em Belo Horizonte, nesta quarta-feira (7) — dia em que a Lei Maria da Penha completa 18 anos.
Imagens de uma câmera de segurança obtidas pelo g1 mostram o momento em que ela e Wallef César Oliveira Gonçalves conversam na calçada. Ao perceber que o homem está com uma faca, a vítima é atingida várias vezes.
Segundo informações da Polícia Militar, após cometer o crime, ele fugiu em uma moto e tentou se esconder no campus da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), mas foi preso.
A mulher chegou a ser socorrida por uma equipe do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), que passava pelo local, mas não resistiu.
Lei Maria da Penha
A Lei Maria da Penha, considerada um marco na defesa dos direitos das mulheres, completou 18 anos nesta quarta-feira (7). Sancionada em 2006, ele tem como objetivo combater a violência doméstica e familiar contra a mulher no Brasil.
A lei foi nomeada em homenagem à farmacêutica Maria da Penha, que sofreu tentativa de homicídio por parte de seu marido, e estabelece medidas para proteger as vítimas, como a criação de juizados especiais de violência doméstica, a concessão de medidas protetivas de urgência e a garantia de assistência.